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Eduardo Micheletto

Saúde

28/09/2024

Centro de Infusão do Hospital do Servidor Público Estadual tem aumento de quase 40% nos atendimentos

O número de atendimentos no Centro de Infusão do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) aumentou em quase 40% nos últimos três anos. Em 2020, foram realizados 4.045 acompanhamentos e, em 2023, 5.625. No primeiro semestre deste ano, o número se aproximou dos 3 mil (2.924). O tratamento por infusão é feito com medicação administrada por via endovenosa ou subcutânea em ambiente hospitalar. O procedimento exige supervisão médica e assistência de equipe de enfermagem.

O Centro de Infusão do HSPE é um dos únicos no serviço público de saúde do estado não vinculado a hospital universitário. Por mês, são realizados de 400 a 500 atendimentos. Para assistir mais pacientes, o setor será transferido para um espaço em reforma, que deve contar com 15 poltronas para realização de infusão, dois leitos individuais, consultório, sala de apoio para enfermagem, recepção e banheiros. A inauguração está marcada para o primeiro semestre de 2025. Atualmente o Centro conta com 13 assentos para tratamento.

No Centro de Infusão do HSPE são atendidos pacientes que tratam doenças imunológicas e/ou autoinflamatórios, como: artrite reumatoide, espondiloartrites, retocolite ulcerativa, doença de Crohn, esclerose múltipla e casos graves de psoríase e dermatite atópica. Para tratar essas doenças são utilizados medicamentos imunobiológicos – que agem diretamente na parte doente do corpo.

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Para a diretora do Serviço de Reumatologia do HSPE, Dra. Rina Dalva Giorgi, o Centro de Infusão é essencial para o bem-estar dos pacientes com doenças imunológicas e autoimunes. “O novo espaço vai oferecer mais conforto e privacidade a doentes em um momento difícil. A expectativa é atender ainda mais pessoas após a inauguração do novo setor”, comenta.

Principais doenças tratadas no Centro de Infusão do HSPE

No Centro de Infusão do HSPE são atendidos principalmente pacientes encaminhados das especialidades: reumatologia, gastroenterologia, dermatologia e neurologia. Nele, são tratadas em sua maioria doenças autoimunes – quando o sistema de proteção do corpo ataca suas próprias células, causando inflamações.

  • Esclerose Múltipla: a doença autoimune é consequência do ataque do sistema imunológico à barra de mielina dos neurônios, prejudicando a transmissão de impulsos entre eles. O problema é degenerativo e progressivo. Os principais sintomas são dormência e formigamento de partes do corpo, perda de força muscular e equilíbrio, além de problemas de visão, incontinência urinária e constipação. O tratamento é feito com drogas e injeções para controle dos sinais da enfermidade.
  • Artrite reumatoide: é uma doença inflamatória crônica, que prejudica principalmente as articulações das mãos e dos pés. O problema pode causar dor, deformidades e erosão dos ossos. Ainda sem tratamento definitivo, os recursos medicamentosos disponíveis diminuem os sintomas e proporcionam mais qualidade de vida aos pacientes. Pode ser utilizada medicação oral e/ou injetável para controle da enfermidade;
  • Espondiloartrites: é o nome do conjunto de doenças inflamatórias que atingem a coluna. Fazem parte desse grupo: espondilite anquilosante, artrite reativa, artrite psoriásica etc. Os principais sintomas são dores nas costas durante o repouso e melhora do incômodo quando se faz movimentos. A sensação é causada pela inflamação de ligamentos e tendões entre os ossos e as cartilagens das vértebras. São usados medicamentos de uso oral e/ou injetáveis para controle do problema;
  • Retocolite ulcerativa: é o nome da inflamação crônica e autoimune nas paredes do intestino cólon e do reto. São sintomas dor intensa na barriga, diarreia e fezes com sangue e perda de peso. O problema ainda não tem cura definitiva, porém as drogas administradas para controlar a enfermidade proporciona melhora da qualidade de vida. O tratamento depende do grau de atividade da doença, mas podem ser usados medicamentos orais e injetáveis.
  • Doença de Crohn: Sem causa definida, a doença autoimune inflama o revestimento de todo o sistema digestório, mas principalmente do intestino delgado e do cólon. São sintomas: sangramento nas fezes, febre, perda de peso, enfraquecimento e dor abdominal. O problema não tem tratamento definitivo e para amenizá-lo são usados medicamentos como: corticosteroides, antibiótico imunossupressores etc. Em casos graves, é necessário realizar cirurgia para retirada da parte doente do intestino e uso de bolsa de colostomia;
  • Psoríase grave: também é uma doença autoimune conhecida pelas manchas avermelhadas e esbranquiçadas causadas pela descamação da pele. O problema pode causar a formação de feridas. A enfermidade não tem cura, mas pode ter seus sintomas controlados a partir do início do tratamento adequado, que pode variar entre uso de pomadas, infusões e outras medicações injetáveis;
  • Dermatite atópica: causa manchas vermelhas que coçam nas juntas dos braços e na parte de trás dos joelhos, além de desidratação intensa da pele. Geralmente, ocorrem em pessoas com histórico familiar de alergias, mas o seu surgimento pode estar relacionado a condições ambientais e emocionais e alterações imunológicas. O problema tem períodos de atividade e remissão. O tratamento pode ser feito com pomadas, infusões e medicações injetáveis;

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