As Faixas Azuis que vêm sendo implantadas pela Prefeitura colaboram para o aumento da segurança dos motociclistas que trafegam nas vias da cidade de São Paulo que já receberam a sinalização. Na Avenida dos Bandeirantes, trafegar na Faixa Azul foi 20 vezes mais seguro do que fora dela. É o que mostram os dados dos últimos levantamentos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que indicam o número de acidentes pela taxa de severidade. Os dados foram coletados nas avenidas 23 de Maio e Bandeirantes, que têm faixas para motos desde 2022.
Na Avenida 23 de Maio, a taxa de severidade dentro da faixa ficou em 4,68. Fora da Faixa Azul, essa taxa foi de 14,35, número três vezes maior do que dentro dela, ou seja, é três vezes mais perigoso circular fora dessa sinalização.
Na Avenida Bandeirantes, a diferença é ainda maior. A taxa para os acidentes dentro da faixa foi de 1,22, enquanto fora dela, a taxa de severidade foi de 24,72. Portanto, na Bandeirantes, de acordo com a última medição, que leva em conta os dados coletados entre outubro de 2022 e janeiro de 2024, foi 20 vezes mais seguro trafegar dentro da Faixa Azul do que fora dela.
Ainda não há uma taxa de severidade para outras avenidas, pois a CET ainda está analisando os dados das demais vias que receberam a Faixa Azul e vai atualizar a metodologia para cumprir uma alteração nas exigências da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
A Taxa de Severidade
O número de acidentes por si só não daria a correta dimensão da segurança dentro das faixas azuis, pois muito mais motociclistas trafegam por elas do que fora delas. Por isso, a CET utiliza a taxa de severidade, que pondera o número de acidentes pelo volume de motos que trafegam dentro e fora da faixa e pela gravidade dos acidentes, de dano material a vítimas fatais.
Neste momento, a Secretaria da Segurança Pública investiga quatro óbitos para apurar as circunstâncias e se aconteceram ou não em faixas azuis. No mesmo período em que a sinalização está instalada na Avenida 23 de Maio, três pessoas morreram em sinistros envolvendo motocicletas no sentido Aeroporto-Santana, onde não há Faixa Azul.
Capital já tem 98,2 Km de faixa
A Prefeitura entregou nesta quinta-feira (2) outros 8,1 Km de faixas azuis na capital. Os novos corredores se somam aos implantados desde 2022 e a cidade alcança 98,2 km de Faixa Azul. A meta é de 200 km da nova sinalização até o fim deste ano.
A nova sinalização está na Avenida Santos Dumont, entre a Avenida Braz Leme e a Ponte das Bandeiras, em ambos os sentidos; na Rua Santa Eulália, entre as avenidas Cruzeiro do Sul e Santos Dumont, sentido Centro; no Túnel Ayrton Senna 1, entre a Avenida Vinte e Três de Maio e a Rua Colatino Marques; e na Avenida Washington Luís, entre a Avenida Dória e a Rua Viaza, um segundo trecho entre as avenidas Vieira de Morais e Bandeirantes e também entre a Avenida Interlagos e a Rua Lacedemônia, sentido Centro.
Os demais trechos já autorizados pela Senatran e que serão implantados até o fim do ano são:
- Estrada de Itapecerica;
- Av. Sen. Teotônio Vilela;
- Av. Eng. Armando de Arruda Pereira;
- Av. Inajar de Souza;
- Av. do Cursino;
- Av. Jorn. Roberto Marinho;
- Av. Escola Politécnica;
- Rua Vergueiro;
- Eixo Norte/Sul (sentido Santana);
- Elevado Pres. João Goulart;
- Av. Aricanduva;
- Av. Dr. Ricardo Jafet;
- Av. Prof. Abraão de Morais;
- Av. Salim Farah Maluf;
- Av. Gov. Carvalho Pinto
- Av. Dom Helder Câmara/Av. Calim Eid;
- Av. Pirajussara;
- Rua Sapetuba
Histórico
O projeto-piloto da Faixa Azul foi criado por profissionais da CET, seguindo experiências da Malásia, de Copenhagen e de cidades australianas. O objetivo foi reorganizar o espaço viário proporcionando mais segurança aos motociclistas e harmonizando a convivência entre os modais.
A Faixa Azul é baseada em dois princípios de segurança viária: Visão Zero e Sistemas Seguros. A Visão Zero é uma abordagem em que nenhuma morte no trânsito é aceitável – todas são evitáveis. Já o Sistema Seguro é uma forma de evitar que os erros “humanos” dos diferentes usuários do viário possam ocasionar em ferimentos graves ou mortes.
Autoridades de trânsito do México e das cidades de Porto Alegre (RS) e Feira de Santana (BA) estiveram na CET para conhecer o Faixa Azul. Recentemente, o projeto foi apresentado na Espanha durante conferência internacional de segurança para motos.
Nesta sexta-feira (26/4), a CET recebeu uma comitiva da cidade de Santo André para apresentar os resultados do projeto-piloto em São Paulo.
Entre os anos de 2022 e 2023, foram implantados os seguintes trechos:
- 25/1/2022 - 5,5 km na Avenida 23 de Maio, desde a Praça da Bandeira até o Complexo Viário Jorge João Saad (Cebolinha).
- 6/10/2022 - 17 km na Avenida Bandeirantes - Afonso D’Escragnolle Taunay, em ambos os sentidos.
- 9 e 10/2023 - 1,8 km no corredor Norte-Sul, entre as avenidas Prestes Maia e Tiradentes; e 2,8 km, que contemplaram as avenidas Santos Dumont, Rubem Berta e Moreira Guimarães, até o Viaduto Indianópolis.
- 6/11/2023 - 6 km foram entregues nas avenidas Sumaré e Paulo VI; 5,8 km na Avenida das Nações Unidas; e 4 km na Miguel Yunes.
- 4/12/2023 - 9,2 km na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3,6 km na Zaki Narchi, e 5 km na Luiz Dumont Villares.
- 18/12/2023 - 20,2 km na Avenida Jacu Pêssego, em ambos os sentidos; sendo 5km, entre a Rodovia Ayrton Senna e a rua Américo Sugai. E, entre a Rua Zituo Karasawa e o acesso à Santo André, com mais 15,2 km. Já os 8,2 km na avenida do Estado, estão entre as ruas dos Patriotas e da Mooca.
- 1/3/2024 - 1 km no Túnel São João Paulo II, no Anhangabaú, sentido Aeroporto de Congonhas, que faz conexão com as avenidas Prestes Maias e 23 de Maio.