De acordo com o Decreto Nº 63.374, publicado esta semana no Diário Oficial, foi criado e denominado o Parque Municipal Campo de Marte, em local vizinho ao Aeroporto, na região de Santana. O plano de gestão pode ser encontrado na biblioteca on-line da pasta.

 A área destinada para implantação é de 385.883 m2 e promete ter grande relevância na restauração ecológica, com possibilidade de recomposição da mata ciliar ao longo dos córregos Tenente Rocha e Baruel, o que possibilita o estabelecimento de um espaço verde com extensa biodiversidade.

Há destaque à ocorrência de espécies raras em São Paulo, como a canela (Nectandra nitidula) – uma árvore registrada em apenas sete locais no município – e a arbustiva Heterocondylus vitalbae – sendo o Campo de Marte o segundo lugar da cidade onde foi encontrada. A fauna do local é composta por 112 espécies silvestres.

A implantação também contribuirá para ampliar o acesso popular ao lazer, cultura e ensino. Em 2023, a proposta de criação foi inserida na revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) do Município, que recebeu em janeiro de 2024 uma ação do Projeto Demarca (consiste na sinalização e demarcação do patrimônio de interesse ambiental da cidade).

Histórico da área

O Campo de Marte foi o primeiro aeródromo da cidade, com a instalação de uma pista de treino de pilotos da Força Pública em 1920. A origem do parque se deu de uma disputa judicial entre a Prefeitura de São Paulo e a União pela propriedade do local de aproximadamente 2.000.000 m², fruto de impasses decorrentes da Revolução Constitucionalista de 1932.

Depois de 64 anos na justiça, foi firmado um acordo que permitiu uma economia anual de R$ 3 bilhões aos cofres da cidade. O espaço foi dividido entre 1.706.523,48 m² ao Governo Federal e 405.894,68 m² para o município – com implantação da área verde que terá 385.883,66 m².