O prefeito Ricardo Nunes inaugurou em Cidade Tiradentes, na Zona Leste, nesta quarta-feira (22), mais uma unidade da Rede Cozinha Escola para fornecer 400 refeições diárias à população em situação de vulnerabilidade. Para muitos, essa é a única refeição completa do dia e poder se alimentar em um local limpo, com os utensílios necessários à disposição, com produtos frescos e de qualidade, ajudam a resgatar a dignidade.
“Estou desempregado e estava pedindo comida na rua para levar para casa, aí me indicaram o Cozinha Escola. Disseram que tinha almoço, comecei a vir e não parei mais. É um trabalho muito importante, que faz a diferença para mim, que moro sozinho. É a única refeição que tenho garantida, e com uma comida excelente. Hoje, por exemplo, comi uma feijoada deliciosa”, disse Luiz Carlos Zeretti Moura, 46 anos.
Ele representa bem o público que as ações da Prefeitura pretendem beneficiar. “Essa é uma das 65 entidades que a Prefeitura fez um convênio para ações de segurança alimentar, onde fornecemos as refeições com o repasse do valor a uma entidade que já está inserida na comunidade, que prepara os profissionais e a refeição. São, no mínimo, 400 refeições por dia, de segunda a sábado, com comida boa. Hoje teve feijoada com arroz, couve, torresmo, suco, com muito amor. Aqui ninguém sai de barriga vazia e a fome não tem chance nenhuma”, disse o prefeito Ricardo Nunes, ao entregar a unidade nesta quarta-feira (22).
A nova unidade fica na Associação Beneficente Menina dos Olhos de Ouro e vai distribuir mais de 400 pratos diariamente. No total, o programa tem 65 organizações parceiras. Ao almoçar feijoada nessa unidade nesta quarta, o aposentado Odair Rodrigues dos Santos, 71 anos, se disse agradecido.
“Sem a marmita daqui provavelmente eu e meus três netos comeríamos apenas um ovo em casa. Fiquei sabendo desse lugar hoje e vim. É realmente maravilhoso.”
O programa foi criado em agosto de 2023. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) faz parcerias com Organizações da Sociedade Civil e repassa os recursos para fornecerem as refeições prontas, de segunda a sábado, para pessoas em situação de vulnerabilidade. “Vamos nos preparar para que mais unidades possam ser entregues no segundo semestre, estudando os locais mais vulneráveis, como este em Cidade Tiradentes, região que já conta com quatro unidades”, destacou a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine.
Até 21 de maio, a Rede Cozinha Escola já distribuiu mais de 2,7 milhões de refeições em todas as regiões da cidade. O programa é financiado pelo Fundo de Abastecimento Alimentar de São Paulo (FAASP), que é gerido pela SMDHC e tem previsão de R$ 351 milhões do Orçamento da cidade em 2024.
“Soube desse espaço por pessoas em situação de rua. Eu não ia vir, para deixar para os que mais precisam, mas como o meu serviço está fraco e estou em casa, acabei vindo para conhecer e gostei muito”, disse o pintor automotivo e montador de móveis Osnir Klebson de Oliveira Santos, 46 anos.
Além de oferecer alimentação saudável, a Rede Cozinha Escola gera empregos na sua região, fortalece a comunidade e ainda proporciona oportunidades de formação em serviços de cozinha, inclusive para beneficiários do Programa Operação Trabalho, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
Mais cinco programas de Segurança Alimentar
A Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (SESANA), vinculada à SMDHC, também é responsável por outros cinco programas de segurança alimentar. O Armazém Solidário é um mercado em que a população de baixa renda pode comprar produtos alimentícios, de higiene pessoal e limpeza a preços até 50% mais baratos do que os praticados em outros estabelecimentos. O programa beneficia as pessoas inscritas no CadÚnico (Cadastro Único).
No Armazém Solidário é possível adquirir os produtos da cesta básica, hortifruti, leite, ovos, carne, frango e peixes, pães, sucos naturais, e também fraldas, absorventes e até repelente contra o mosquito da dengue. Não há comercialização de produtos ultraprocessados.
São três unidades (São Miguel Paulista, City Jaraguá e Jaraguá), que já venderam mais de 805 mil itens para 57.185 clientes (até 18/05). O ticket médio de compras é de R$ 72,68. A previsão da Prefeitura é disponibilizar um total de sete mercados do gênero até o fim deste ano.
Outro projeto que visa atender aos mais vulneráveis com alimentação saudável todos os dias é o Bom Prato Paulistano. Duas unidades foram implantadas na zona sul da cidade, em M’Boi Mirim e Parelheiros, em dezembro de 2022, em parceria com o governo do estado.
Essas unidades fixas oferecem café da manhã (R$ 0,50) e almoço (R$1). População em situação de rua e crianças até seis anos não pagam. Em 2023, foram servidas mais de 802 mil refeições. Neste ano, a marca já ultrapassou 367 mil.
Mais uma iniciativa da Prefeitura é o Banco de Alimentos, que compra da agricultura familiar e arrecada alimentos das indústrias alimentícias, redes varejistas e atacadistas que estão fora dos padrões de comercialização, mas sem restrições de caráter sanitário para o consumo. Esses alimentos são doados às entidades assistenciais, previamente cadastradas no programa, contribuindo assim no combate à fome e ao desperdício de alimentos. Neste ano, até o mês de maio, foram entregues 397 toneladas de produtos.
Dois importantes programas da Prefeitura remontam à época da pandemia - o Programa Cidade Solidária, de distribuição de cestas básicas, e a Rede Cozinha Cidadã, de entrega de marmitas.
Em 2023, a Cidade Solidária, distribuiu 1,6 milhão de cestas básicas. Neste ano, foram mais de 500 mil unidades, distribuídas por meio de mais de 2.300 Organizações da Sociedade Civil (OSC) que atendem públicos vulneráveis de diversos perfis, e para os povos indígenas no município. São distribuídas, em média, 7 mil cestas por dia útil.
Já a Rede Cozinha Cidadã conta com 83 restaurantes credenciados que fornecem 16.600 marmitas por dia, em 43 pontos da cidade para população de baixa renda e em situação de rua. Em 2024 já foram entregues mais de 2,3 milhões de refeições.
Além de combater a fome, os programas de segurança alimentar da Prefeitura de São Paulo visam promover a educação nutricional, a valorização da cultura alimentar, a promoção da saúde, geração de renda e fortalecimento da cidadania.