Por unanimidade, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em segunda e definitiva fase de votação, na Sessão Plenária desta terça-feira (2/7), o PL (Projeto de Lei) 222/2024. A proposta, encaminhada à Casa pela Prefeitura, inclui no mapa da lei que regulamenta o Plano de Desenvolvimento Urbano e o PDE (Plano Diretor Estratégico) a criação do Parque Municipal do Bixiga.

O texto do Projeto de Lei destaca que o bairro do Bixiga – localizado na área central do município – é histórico, pois mantém a cultura local, a arte, a mistura entre os povos e a culinária. A matéria cita que a inclusão do parque na região vai ampliar e requalificar os espaços públicos, a paisagem e as áreas verdes. Entre os objetivos, de acordo com o governo municipal, também estão “recuperar e reabilitar as áreas centrais da cidade”.

“O Parque do Bixiga é uma reivindicação histórica de mais de 40 anos. Esse projeto cria o parque que vai ser muito importante para um bairro que carece de áreas verdes, para um bairro que carece de áreas de lazer, para um bairro que carece de respirar a vida. A criação do parque, que é uma questão muito importante para o território do Bixiga e para toda a luta que foi feita pelo Teatro Oficina”, detalhou a vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL).

Em discussão durante a Sessão Plenária nesta terça-feira o colegiado comemorou a conquista para a cidade de São Paulo e para a região do Bixiga, com ressalvas para inclusão cultural e social na região impactada pelo empreendimento. 

“Os vereadores que votaram a favor do Parque do Bixiga, estão votando a favor da cidade, estão votando a favor do povo paulistano, essa é uma vitória de vários movimentos que lutam historicamente por esse parque. Hoje esse sonho se torna realidade, mais um passo pra gente ter um parque que vai muito além de um parque, vai ter recuperação dos rios, vai ter a questão da educação ambiental e vai ter a promoção da cultura”, comentou a vereadora Luna Zarattini (PT)

“Parque é sempre bom, especialmente o Parque do Bixiga, na região central da cidade. O mais importante agora é a criação do Parque que vai acontecer na cidade de São Paulo, ele traz saúde, prática esportiva, os parques hoje em dia tem muita cultura também, tem muita música! Isso é bom, as pessoas têm mais um lugar, mais um ponto da cidade para se movimentar praticar o esporte e ter mais acesso à saúde”, declarou o vereador João Jorge (MDB).

Clube Banespa

Um dispositivo incluído no PL do Parque do Bixiga possibilitou que também fosse criado um parque municipal na área do Esporte Clube Banespa, na região de Santo Amaro, zona sul da capital – um terreno de 60 mil metros quadrados. 

O objetivo é preservar a área verde que existe no local. “O clube é de uso dos funcionários hoje, é uma associação que conduz o Clube Banespa. O banco proprietário quer retomar imediatamente”, explicou o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (UNIÃO). 

“Quando nós fazemos o parque, perde o objeto de qualquer outra atividade que não seja o clube ou parque. Coisa que não vai existir. Então, o clube, como não haverá de se derrubar, o parque há de prevalecer. É uma briga do banco com os funcionários e nós vimos com uma saída técnica para a cidade, porque aquela região carece de parque”, completou o vereador.

Apesar de votar favoravelmente, a vereadora Luana Alves (PSOL) fez críticas à proposta. “Não estou sendo contra a criação do parque em si, porque eu acredito que pode ser de um ganho não só para os funcionários, mas para a população em geral. Mas eu queria que isso fosse tratado com calma, num projeto à parte, inclusive, por responsabilidade com os funcionários do Clube Banespa”, pontuou.